quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Votorantim eleita a melhor empresa do mundo.





E gostaríamos de dividir essa conquista com a família toda: nossos 29.000 funcionários.

A Votorantim foi leita pelo instituto Suíço IMD Business School a melhor empresa familiar do mundo. Esta é a primeira vez que uma empresa da América Latina ganha esse prêmio, destacando-se em todos so critério de premiação, como controle familiar há pelo menos três gerações com sólido desempenho, liderança de mercados e atuação internacional, história de sucesso que incorpora inovação e tradição, sistema eficaz de governança corporativa e ações de responsábilidade social. A Votorantim se orgulha da expressiva conquista, que solidifica ainda mais o compromisso dessa família com o desenvolvimento do brasil e de todos os brasileiros.

VOTORANTIM SE ARMA PARA 4° GERAÇÃO
Antonio Ermírio de Moraes diz que aumento do clã e expansão do grupo vai exigir mudanças nos conselhos

Empresa Familiar
Agnaldo Brito
Milton f. da Rocha Filho

Os conselhos de administração e de Família, as duas instâncias máximas das quais partem as decisões sobre os rumos do Grupo Votorantim, passarão por grandes transformações nos próximos anos. Ambos crescerão, seja para incorporar a quarta geração e seus cônjuges no Conselho de Família, onde estão hoje 11 membros, seja para abrigar novos conselheiros no Conselho de Administração, na qual segue não-Ermírio de Moraes já tem assento: Raul Calfat executivo do grupo, inaugurou a cadeira de conselheiro para membros externos à familiar. A ampliação da “árvore Votarantim” exigirá novas recepções nos próximos anos.
Quem afirma é ninguém menos que Antonio Ermírio de Moraes presidente do conselho de Administração do grupo, a câmara alta da família Ermírio de Moraes. “Acho que, para o futuro, os conselhos de Administração do Grupo Votorantim terão de crescer a fim de ter maior representação. Isso deve ocorrer e é importante que ocorra”, diz.
Representante da segunda geração do grupo, Antonio Ermírio, junto com os irmãos José Ermírio Pereira e Maria Helena, todos responsáveis pela incorporação sem traumas de parte da terceira geração, cujo número total de membros soma 23 herdeiros, reconhece o tamanho de desafio a partir de agora. O crescimento da família implica dar oportunidade aos, até agora, 54 membros da quarta geração da Família dentro do Grupo Votorantim, conglomerado que terá faturamento liquido neste ano superior a 20 bilhões.
“Não podemos parar agora, com a terceira geração já consolida. Temos de começar observar a meninada nova”, afirma Antonio Ermírio. Aliás, um dos principais desafios deste processo, iniciado agora, é conseguir transferir para o futuro os conceitos que deram ao grupo o poder econômico do qual dispõe: disposição maior para o investimento que para distribuição de dividendos e trabalhar com a perspectiva de baixo endividamento. Se há traços no modo de gestão do grupo Votorantim, estas duas posições parecem ter grande relevância. Há outra: a baixa disposição de apostar em negócios ruins. “Meu Pai sempre dizia: nunca morra de amores por negócios ruins”, lembra.

Preparação

Como avô austero – 24 netos, número que se soma aos netos dos dois irmãos -, Antonio Ermírio diz, sem rodeios, que o que vale não é a indicação, mas os méritos. “Não é possível ficar todo mundo. Preciso dar uma peneirada”, diz. Muitos Familiares serão apenas acionistas.
É razoável que seja assim. Conforme avança, o grupo familiar pode até conseguir sustentar o controle, mas não-Familiar para tocar os negócios. A Família – empresa, ao avançar para novas gerações, passa a ser obrigada a administrar mais do que herdeiros, mas acionistas.
Os membros da 4° geração terão de mostrar que merecem estar dentro de um dos maiores grupos Familiares do mundo. Que, aliás, acaba de receber um importante prêmio de melhor empresa familiar do mundo, premiação oferecida por duas instituições Suíças (uma educacional e outra bancária): O IMD e o LODH (Lombard Odier Darier Hentsch).
Antonio Ermírio diz que boa formação é precondição para os membros familiares que almejam posição no grupo. Dos 54 membros da 4° geração, 26 já têm mais de 15 anos de idade, 11 cursam o 2° grau ou se preparam para ingressar na universidade, 10 já fazem faculdade e 5 formados iniciaram a vida profissional. Mas fora do grupo. Aliás, esta será uma característica para a preparação da nova geração.
Para Antonio Ermírio, é melhor que boa parte dos membros da nova geração se prepare fora da empresa. “Achamos que é importante que eles trabalhem fora. Ficar dois ou três anos em outras empresas e observar o desempenho. Depois podemos trazer para o grupo”, considera. A diferença central da preparação atual para as anteriores é que esta não inclui ao final a quase garantia de uma cadeira no grupo.
O crescimento do grupo nas áreas de metais não-ferrosos, papel e celulose, cimento, energia, química, agroindústria, finanças e, mais recentemente, novos negócios (com forte inserção na área biotecnológica) obrigou a organização a uma decisão importante. Apesar de manter o controle, paulatinamente, o grupo Votorantim opta por partilhar a gestão com executivos recrutados no mercado. “No Brasil, o que se percebe é que os grupos familiares mantêm o controle, mas paulatinamente optam por gestão mista, algo natural se considerado o crescimento”, diz Renato Bernhoeft, especialista em grupos familiares. Raul Calfat, o 1° de fora da Família a chegar ao conselho.
Raul Calfat, 50 anos, e o primeiro executivo não pertencente à família Ermírio de Moraes a fazer parte do conselho de Administração do Grupo Votoramtim. Desde 16 de Julho de 2004, é também o diretor-geral da Votorantim Industrial, a parte responsável pelas unidades de negócios de cimento, metais, celulose e papel, agroindústria e químicos.
A origem profissional de Calfat é o setor de papel e celulose. Administrador de empresa formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo, faz parte também do conselho da Aracruz, empresa na qual a Votorantim Celulose e Papel (VCP), detém uma participação de 3% do capital.
Raul Calfat está no Grupo Votorantim desde 1992, oriundo da Indústria de Papel Simão incorporada pelo Grupo Votorantim naquele ano. Calfat teve uma missão importante dentro do grupo: foi um dos executivos que ajudou a consolidar os ativos de celulose e papel na VCP.

Independência

A importância de Calfat no Conselho de Administração do Grupo Votorantim não é exclusivamente pela função que exerce na mais alta instância da empresa. È, sobretudo pelo que representa. Segundo Renato Bernhoeft, especialista em empresas familiares, a incorporação de “conselheiros independentes” pode se muito útil para os negócios. “No Conselho de Administração, que é um instrumento para agregar valor à gestão, se torna útil, ou até indispensável, inserir conselheiros familiares estejam preparados para aceitar e utilizar esta contribuição”, diz Bernhoeft. M.F.R.F.
Gerações- Antonio Ermírio, com a cunhada Neyde, na hospedagem ao pai José Ermírio de Moraes.







Fonte: Jornal Estado de São Paulo
Edição: 3 de Outubro de 2005